Da Série Ark II aos Dias Atuais: A Jornada Tecnológica do JetPack

A história dos jetpacks é uma jornada que mistura ficção científica, inovação tecnológica e sonhos de liberdade aérea – e curiosamente, um capítulo importante dessa trajetória passa por uma série de TV infantil dos anos 1970.
Das primeiras tentativas ao salto histórico
A paixão de querer voar como pássaros se transformou em algo real em 1958, quando a revista Popular Science mostrou um projeto super legal de uma empresa chamada Thiokol Chemical Corporation. Eles criaram um “cinto voador” que usava um jeito bem maneiro de se impulsionar com ar pressurizado.

Então, no dia 20 de abril de 1961, rolou o primeiro voo livre. O Harold Graham foi lá e subiu 4 metros, flutuando por 14 segundos. Ele usou um sistema da Bell Aerospace com peróxido de hidrogênio e gerou um empuxo de 136 kg com jatos de vapor bem quentes. Bem legal, né?

O projeto evoluiu rapidamente. Em 1969, o “Jet Belt” da Bell/Textron já permitia voos de 300 metros a 20 metros de altitude usando combustível de aviação, marcando a transição de protótipos experimentais para equipamentos militarmente viáveis.
O Jet Jumper na cultura pop: ARK II
Enquanto os engenheiros quebravam barreiras técnicas, a TV dos anos 70 trouxe os jetpacks para o imaginário popular. Na série ARK II (1976), ambientada em 2476 d.C., o Jet Jumper era equipamento padrão da tripulação científica que percorria um mundo pós-apocalíptico. A mochila voadora permitia ao protagonista Jonah (Terry Lester) sobrevoar terrenos hostis, sendo transportada junto com o veículo futurístico Ark II e o jipe Roamer.

Curiosamente, o equipamento da série refletia avanços reais:
- Usava design inspirado nos modelos da Bell Aerospace dos anos 60
- Mantinha a proposta de mobilidade vertical militar
- Incorporava elementos fantásticos como controle preciso e autonomia ampliada
Legado e desafios
Apesar do entusiasmo das décadas de 1960-80, os jetpacks enfrentam obstáculos técnicos persistentes:
- Combustível
Modelos históricos: Peróxido de hidrogênio
Jet Jumper (ARK II): Ficcional (não especificado) - Autonomia
Modelos históricos: 20-30 segundos
Jet Jumper (ARK II): Ilimitada (para efeitos dramáticos) - Peso
Modelos históricos: Até 100 kg
Jet Jumper (ARK II): Leve o suficiente para uso constante - Aplicação
Modelos históricos: Militar/experimental
Jet Jumper (ARK II): Exploração científica
Hoje, empresas como a JetPack Aviation atualizam esse sonho com motores turbojato e materiais leves, mas o Jet Jumper permanece como ícone cultural – prova de como a ficção científica antecipa e inspira inovações tecnológicas.
Como o JetPack foi utilizado em diferentes contextos, como militar e civil
A evolução dos jetpacks transcendeu a ficção científica, encontrando aplicações práticas em setores militares e civis com propósitos distintos. Veja como essa tecnologia vem sendo adaptada em diferentes contextos:
Contexto Militar: Mobilidade Tática e Operações Especiais
1. Infiltração Rápida em Ambientes Hostis

- Forças especiais britânicas e francesas testaram jetpacks da Gravity Industries para abordagens marítimas: soldados decolam de embarcações e pousam em navios-alvo em segundos, reduzindo a exposição a ameaças.
- Sistemas como o Light Mobility System (década de 1960) visavam atravessar selvas e rios no Vietnã, substituindo patrulhas terrestres por voos de curta distância.
2. Superação de Terrenos Complexos

- O Exército Francês avalia jetpacks para operações em zonas montanhosas e urbanas, onde helicópteros são vulneráveis. A tecnologia permite contornar barreiras naturais e acessar pontos elevados estrategicamente.
- Projetos atuais do Pentágono, impulsionados pela DARPA, incluem missões de resgate em combate e interdição marítima, usando jetpacks lançados de aeronaves ou solo.
Desafios Persistentes:
- Autonomia limitada: 3-4 minutos de voo (Gravity Industries) vs. 30 segundos nos modelos históricos da Bell.
- Ergonomia: Sistemas como o exoesqueleto de 27 kg dificultam o uso de armas convencionais.
Contexto Civil: Além do Entretenimento
1. Resgate de Emergência
- Equipes de salvamento testam jetpacks para alcançar vítimas em áreas de difícil acesso, como penhascos ou edifícios em chamas, reduzindo o tempo de resposta.
2. Esportes Radicais e Turismo
- Empresas como a JetPack Aviation oferecem experiências de voo recreativo, enquanto eventos esportivos incorporam demonstrações com jetpacks para entretenimento.
3. Logística Urbana
- Projetos experimentais exploram o transporte rápido de suprimentos médicos entre hospitais, evitando congestionamentos em megacidades.
Convergência Tecnológica
Apesar das diferenças de aplicação, setores militar e civil compartilham avanços:
- Motores mais eficientes: Turbinas a gás substituíram o peróxido de hidrogênio, aumentando a segurança.
- Materiais leves: Ligas de carbono e titânio reduziram o peso em 70% comparado aos modelos dos anos 1960.
Enquanto os militares focam em aprimorar a letalidade tática, iniciativas civis buscam democratizar o acesso – um dualismo que impulsiona a inovação. O próximo marco? Jetpacks elétricos com baterias de estado sólido, prometendo voos mais silenciosos e sustentáveis para ambos os cenários.
Quem viver, verá.
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